Você já ouviu falar em “marketing de provocação”? É uma prática publicitária onde, para exaltar um produto, se critica ou desmerece seu concorrente. A prática nem sempre é vista com bons olhos pelo consumidor, mas algumas marcas insistem em usar essa estratégia.

Essa “rivalidade” gerada pelo marketing de provocação acabou sendo adotada como padrão por algumas marcas, criando “tretas” famosas entre elas e seus concorrentes. Vamos relembrar alguns dos casos mais famosos?

Essa talvez seja uma das rivalidades mais antigas quando falamos em marketing de provocação. Durante décadas a Pepsi e a Coca-Cola se alfinetam, como foi o caso nesta peça criada para o Dia das Bruxas (Halloween). Na publicidade original, aparece uma lata de Pepsi “fantasiada” de Coca-Cola, desejando ao consumidor um “Dia das Bruxas assustador”, na intenção de dizer que a imagem da Coca-Cola dá medo. A rival não deixou barato e publicou a exata mesma foto com a legenda “Todo mundo quer ser um herói”, dando a entender que a lata de Pepsi estava fantasiada de super-herói ao usar uma “capa” de Coca-Cola.

O marketing de provocação é marca registrada do Burger King, e geralmente sua artilharia mira no seu principal concorrente, o McDonald’s, que, apesar de não ter por hábito usar essa estratégia de divulgação, de vez em quando responde às provocações do rival, como foi o caso destas peças. O Burger King espalhou outdoors com os dizeres “Por que comer com um palhaço quando você pode jantar com um rei?”, em uma referência ao Ronald McDonald’s. O McDonald’s respondeu, também via publicidade outdoor: “Servido por um rei ou servido como um rei? Descubra nosso serviço de mesa”.

Este é um belo exemplo de uma treta entre duas marcas que escalou e acabou atraindo outras marcas para tirar proveito da polêmica. Quando o McDonald’s lançou seu milk shake de Ovomaltine (até então, exclusividade do Bob´s), o rival respondeu chamando a bebida de “Milk Fake”.

O mais curioso veio depois. Logo que percebeu a treta, o Burger King, que é especialista nisso, se meteu dizendo que todos tem esse shake, “já carne grelhada…”, em uma alusão aos rivais que não trabalham com o produto. Para completar, o Giraffas entrou na provocação: “de boa, assistindo a treta, com meus vários Milk Shakes”, insinuando que possui mais sabores da bebida que os rivais. Parece que também é tendência pegar carona no marketing de provocação alheio.

Brincadeiras à parte, o Marketing de Provocação já surtiu mais efeito. Neste momento delicado, em meio a uma pandemia, o consumidor está mais receptivo a medidas inclusivas e voltadas para o bem-estar coletivo. Tanto é que o próprio Burger King, o rei do Marketing de Provocação, abaixou o tom do seu discurso e fez esta peça conciliadora:

“Nós também nunca pensamos que diríamos isso”, dizia a mensagem. “Assim como nunca pensamos que encorajaríamos você a pedir do KFC, Subway, Domino’s Pizza, Pizza Hut, Five Guys, Taco Bell, Papa John’s, Leon… ou qualquer outro restaurante e lanchonete independente. Restaurantes empregam milhares de funcionários que realmente precisam do seu apoio neste momento. Comprar um Whopper é sempre melhor, mas pedir um Big Mac também não é uma coisa ruim”.